SC não tem cobertura vacinal ideal contra poliomielite desde 2017; entenda dado ‘preocupante’
Santa Catarina enfrenta mais um dado preocupante sobre a cobertura vacinal no Estado. Isso porque desde 2017 a região não atinge a cobertura vacinal ideal contra a poliomielite, doença que pode causar paralisia infantil e outras doenças graves. O dado foi apresentado nesta quarta-feira (15) no Simpósio Catarinense de Imunização: pelo resgate das coberturas vacinais na Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina).
Segundo a Alesc, o último ano em que o estado alcançou a cobertura vacinal ideal, que é de 95%, foi em 2017 (95,2%). Depois disso, as coberturas caíram para 94,7% em 2018; 93,8% em 2019; 88,3% em 2020; 83,2% em 2021. A situação é parecida com a da vacina Tríplice Viral (VTV), que protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola. O último ano em que a cobertura vacinal foi satisfatória foi em 2019 (96,1%).
Hoje o Brasil enfrenta o pior momento de sua história no que se refere à cobertura vacinal. Em 2022, até este momento, nenhuma das vacinas do calendário de crianças menores de um ano alcançou a cobertura mínima para garantir uma proteção coletiva do grupo. A vacinação de adolescentes, gestantes e idosos também tem sofrido queda. Se permanecermos com essas baixas coberturas, o risco de reemergência de doenças já eliminadas como a poliomielite, a rubéola e o sarampo, e a ocorrência de epidemias de doenças já controladas como meningite, difteria, tétano, febre amarela, entre outras, será iminente”, declara o superintendente de Vigilância em Saúde de Santa Catarina, Eduardo Macário.
Ele assegurou que não faltam vacinas no estado e sim pessoas para serem vacinadas.
“Vacina não falta e muitas das vezes elas precisam ser utilizadas dentro de um prazo específico, por exemplo as vacinas contra Covid-19, em 2021 nós tivemos alta cobertura vacinal, em alguns momentos até faltavam vacinas devido a demanda, mas agora é o contrário, precisamos vacinar com doses de reforço e a população não procura. Resultado disso é que temos perdas de vacinas por decurso de validade”, diz.
Promovido pela Secretaria de Estado da Saúde, com apoio da Comissão da Saúde da Alesc, o simpósio apresentou os números da cobertura vacinal em Santa Catarina. O evento debateu a redução da cobertura vacinal no estado e discutiu ações e estratégias para o resgate da confiança da população nas vacinas e a manutenção do status de controle e erradicação de diversas doenças.
Qual o motivo de se vacinar contra a poliomielite?
De acordo com o Ministério da Saúde, a poliomielite (paralisia infantil) é uma doença contagiosa aguda causada por vírus que pode infectar crianças e adultos. Nos casos mais graves da doença ela pode causar paralisia nos membros inferiores. Dito isso, a vacinação é a única forma de prevenção. Todas as crianças menores de cinco anos devem ser vacinadas.
Qual o motivo de me vacinar contra o sarampo?
De acordo com a FioCruz (Fundação Oswaldo Cruz), a vacina é a melhor forma de evitar o sarampo, que pode ser grave. Entre as complicações possíveis do sarampo estão infecções respiratórias graves, como pneumonia, otite (infecção ou inflamação no ouvido), doenças que causam diarreia e doenças neurológicas, que podem provocar sequelas como surdez, cegueira, retardo do crescimento e redução da capacidade mental.
Segundo o site oficial da fundação, o sarampo também pode matar, principalmente menores de dois anos e adultos jovens. Vacinar é a única maneira de proteger a população contra o sarampo. Para que seja possível interromper a transmissão do sarampo é preciso que pelo menos 95% da população esteja vacinada.
FONTE: ND+