Clésio chama Acélio de traidor e volta a “prometer” inferno em Criciúma ao ex-assessor
Prefeito também minimizou a saída de Ricardo Guidi do PSD
O prefeito Clésio Salvaro (PSD) disse, nesta quarta-feira (17), que o ex-secretário municipal Acélio Casagrande (PL), da Saúde, é um “traidor”, “bundãozinho”, que o criciumense tem sorte de não ter como administrador da cidade e que enganou a Justiça Eleitoral, ao ter registro de filiação em dois partidos: no Republicanos, antes do fim da janela eleitoral (dia 8 de abril), e depois, no PL. Clésio fez as pesadas críticas em entrevista que concedeu ao jornalista Dênis Luciano, da Rádio Cidade em Dia, de Criciúma.
Para Clésio, não surpreendeu a informação de que Acélio, cotado para ser vice do apoiado pelo prefeito, o vereador Arleu da Silveira (PSD), saiu do PSDB sem consultar a cúpula estadual da legenda e mudou duas vezes de partido, porque a ida para o Republicanos já era do conhecimento dele. Mas a filiação ao PL tem tudo a ver com cargos, assegura Clésio, pois Acélio teria acertado a posição de secretário adjunto da Saúde depois de uma conversa com o governador Jorginho Mello, dia 12 de abril, portanto depois do prazo para concorrer este ano.
Clésio lembrou uma parte do discurso proferido na última sexta-feira (12), em que disse que quem come hóstia, parte de uma dos sete sacramentos da Igreja Católica, vive o inferno na terra, como dizia o pai do prefeito, seu Armelindo, ao remediar uma posição da mãe, dona Olívia, que falava que a língua sangrava e o indivíduo iria para o convívio do mal após a morte. A analogia de Clésio é porque ele considera Acélio um “papa-hóstia”, pessoa que vive nas missas e cerimônias da igreja. No caso, o prefeito ironizou a postura do ex-assessor, que virou desafeto, e “ainda enganou o povo”.
Sem se aprofundar sobre Ricardo Guidi
Perguntado sobre o procedimento do PSD criciumense em relação a Ricardo Guidi, pré-candidato à prefeitura, que foi para o PL, Clésio citou somente a última parte da conversa, já em abril, que previa para julho uma pesquisa que definiria quem seria o nome do partido, entre o deputado federal (hoje secretário estadual do Meio Ambiente e Energia Verde) e Arleu. Segundo Clésio, depois do encontro no domingo (31 de março), Guidi ficou de acertar a nota com o deputado Julio Garcia para reafirmar a ideia do levantamento junto ao eleitorado, o que não houve.
Ocorre que Guidi estaria embretado se aceitasse a futura avaliação, pouco antes das convenções partidárias, e não teria mais como buscar uma alternativa, já que a ideia original é que a pesquisa fosse em março, a tempo de uma mudança de sigla, desenhada por Julio e o ex-senador Jorge Bornhausen, com o conhecimento do presidente nacional do PSD, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. O resultado: Guidi não assinou a nota, que teve Clésio, Arleu da Silveira como signatários, e foi para o PL.
Clésio declarou que passará a faixa de prefeito no dia 1º de janeiro de 2025 para quem for eleito, citou Arlindo Rocha (PT), Arleu e, por último, Guidi. O prefeito disse que já definiu o que fará antes, no dia 31 de dezembro: um café às 16h com os cinco secretários municipais, e, por volta das 17h, irá para casa. Para o futuro, vai descansar em um primeiro momento, viajar e depois se dedicar aos negócios da família, onde afirmou gostar “do carvão e da pirita”.
Clésio está afiado, não descarta voltar às origens, na apresentação de programas de rádio e TV. E sobre Arleu, caso eleito, afirma que não interferirá na administração municipal, tampouco será integrante de algum cargo no Paço Municipal.
Acélio respondeu em tom brando
A colunista Kelley Alves, do Portal SC TodoDia, de Criciúma, ouviu Acélio sobre as declarações de Clésio e encontrou um ex-assessor com discurso moderado. Na conversa, o ex-secretário da Saúde disse que ouviu com atenção todas as falas de Salvaro e que continuará sendo “simplesmente o Acélio que trabalha, acolhe e ouve a todos”.
A reação de Acélio foi de valorizar a própria história. Declarou que “tive muitas oportunidades com o ex-prefeito e governador Eduardo (Moreira), com Paulo Meller, Raimundo Colombo e Luiz Henrique da Silveira e Salvaro. Sempre me dediquei ao máximo e a saúde de Criciúma se transformou em referência para o Brasil nos piores momentos como a pandemia. Vários programas estão entregues e a população é muito grata por isso”. O ex-vereador e deputado federal, que já disputou a prefeitura de Criciúma, não pode concorrer este ano porque fez a troca do Republicanos para o PL depois do prazo de seis meses anterior à eleição.
Quem deve ser candidato a prefeito em Criciúma:
- Arleu da Silveira (PSD)
- Arlindo Rocha (PT)
- Jorge Godinho (Solidariedade)
- Julio Kaminski (PP)
- Paulo Ferrarezi (MDB)
- Ricardo Guidi (PL)
FONTE: SCC10