Adolescente, de 16 anos, que não teve a identidade revelada, vivia em uma cobertura de luxo com aluguel de R$ 30 mil mensais, na praia de Balneário Camboriú; ele desviou doações às vítimas do RS

Adolescente, de 16 anos, que não teve a identidade revelada, vivia em uma cobertura de luxo com aluguel de R$ 30 mil mensais, na praia de Balneário Camboriú; ele desviou doações às vítimas do RS

Milhões de reais, que deveriam ter sido destinados às vítimas das enchentes que atingem o Rio Grande do Sul, foram utilizados para bancar a vida de luxo de um adolescente, de 16 anos, em Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina.

Segundo a investigação, o menor, que já é emancipado, era um dos responsáveis por uma página falsa, que imitava o site do Governo gaúcho e direcionava valores de doações para contas empresariais, vinculadas ao esquema criminoso.

O adolescente vivia em uma cobertura de luxo no litoral catarinense, junto de outro menor e um adulto. O local, alvo de três mandados de busca e apreensão, na sexta-feira (24), funcionava como um “quartel general do crime”, onde os três realizavam golpes diuturnamente.

Além do estelionato realizado através de campanhas falsas para arrecadação de donativos, o grupo também criava páginas similares a de marcas reconhecidas para vender produtos, novamente, utilizando a tragédia para comover os usuários.

“Eles criavam promoções desta suposta marca em que o cliente pagava apenas o frete, dizendo que esta promoção seria para a empresa conseguir auxiliar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Eles mudaram o golpe à medida que foi arrefecendo a questão dos alagamentos”, explica a diretora do Departamento Estadual de Investigações Criminais gaúcho, Vanessa Pitrez.

Os suspeitos ainda faziam o impulsionamento das postagens nas redes sociais para que o conteúdo falso atingisse um público ainda maior.

A Polícia Civil já determinou bloqueio de contas bancárias vinculadas ao adolescente e aguarda quebra de sigilo para saber o valor total arrecadado com os estelionatos.

O adolescente é emancipado apenas para fins civis, por isso responderá pelos crimes em liberdade – a apreensão de menores só é permitida em crimes com emprego de violência ou grave ameaça.

O menor auxiliou nas investigações e está cooperando com a polícia. As investigações continuam para identificar e responsabilizar os demais envolvidos no esquema.

Como funcionava a fraude de doações às vítimas

O investigado criou um site falso, similar ao do governo do Rio Grande do Sul, com informações sobre a tragédia e um banner, de uma arrecadação no site Vakinha, que já teria ultrapassado os R$ 2,7 milhões para ajudar as vítimas da tragédia.

Ao clicar para realizar uma doação, a plataforma gerava um QR Code através de uma fintech de checkout, que permitiria o pagamento via pix. Quando legalizado, este tipo de sistema é monitorado pelo Banco Central.

Adolescente se intitulava Doctor Money

Nas redes sociais, o adolescente apreendido se apresentava como “Dr. Money” e declarava ter atingido seu primeiro milhão aos 15 anos de idade. Além disso, ele é apontado como sócio-proprietário de duas empresas, que podem estar envolvidas em outros esquemas criminosos.

O suspeito também utilizava as mídias para ostentar elevado padrão de vida, publicando fotos e vídeos em imóveis de luxo – um deles alvo da operação – e publicar comprovantes de recebimento de altos valores a partir de pagamentos na internet.

Fonte ND+

João Vianna

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