CENARIOS ECONOMICO E GEOPOLITICO MUNDIAL/BRASIL

CENARIOS ECONOMICO E GEOPOLITICO MUNDIAL/BRASIL

Artigo escrito por Ismar Becker

MUNDIAL

Os efeitos de diversos cisnes negros (eventos raros) na:

-Geopolítica: guerra Ucrânia, instabilidade na China e Irã; Poder lideres autocráticos (Putin, Xi Jinping, Ali Kamenei);

-Economia: inflação de demanda (excesso dinheiro) e oferta (falta de produto), aumento taxas de juros mundiais, possível estagflação, crise cambial países emergentes;                                                                                                                                                                             

-Saúde: Fim política Covid Zero na China, com propagação de vírus (atuais e variantes), causara centenas de milhares de mortos, interrupção cadeias produtivas, restrições viagens.

-Clima: altas temperaturas; secas, catástrofes naturais mais frequentes;

Quase que garantem cenário altamente VOLATIL, com possibilidade de MUNDANCAS DISRUPTIVAS (virada de mesa). Traduzindo : apertem os cintos senhores passageiros

 BRASIL

Podera ate se beneficiar com o cenário mundial negativo, mas pode voltar a perder uma enorme oportunidade (Pré-Sal) com uma política fiscal (ou falta dela) na linha da Nova Matriz Econômica (2011/2014). Desde que escrevi esta conclusao, tivemos alguns sinais positivos da área econômica, que diminuíram meu nível de pessimismo. Continuo, contudo, na situacao do cachorro mordido de cobra que tem medo de linguiça.

CONCLUSAO

Cuide do caixa(pessoal ou do negocio), mas fique alerta para as oportunidades. Lembre-se que enquanto alguns choram, outro vendem lenços,

FONTES PARA PROJETAR ESTE CENARIO

-TOP RISKS 2023 – “Maiores Riscos de 2023” – Relatório anual, elaborado pelo Eurasia Group, de Ian Bremmer.  

 Sumario (tradução livre e adaptada):

  A pandemia está quase no fim. A Rússia não tem como vencer a guerra na Ucrânia. A União Europeia e a OTAM estão fortes como nunca. O grupo dos G7 está fortalecido. Energia renovável baixando de preço. Estados Unidos retomaram a liderança política e militar mundial. Eleições de meio de mandato nos EUA reforçaram democracia, com derrotas de quase todos apoiados por Trump, que tem candidatura ameaçada.

Onde estão os problemas?

O maior de todos é o enorme poder concentrado na mão de alguns autocratas e donos das chamadas Big Techs (Google, Facebook, Tweeter etc.), tomando decisões obscuras, sem nenhum controle (checks and balances – pesos e contrapesos) que existem nas democracias liberais ocidentais.  O maior deles, evidentemente, é Putin.

Os 10 grandes riscos são: Rússia Paria Mundial; Maximum Xi; Armas de Disrupção em Massa, como Inteligência Artificial; Choques Inflacionários; Irã na Cordas; Energia; Baixo Crescimento Econômico; Estados Desunidos da América; Geração “Z”; Escassez de Água.  

-WEIHNACHTSVORLESUNG 2022 – IFO INSTITUT – Palestra de Natal do IFO Institut da Universidade de München – Prof. Doutor Hans-Werner Sinn, com título “Schwarze Schwäne: Krieg, Inflation und eine Energiepolitische Scherbenhaufen “– „Cisnes Negros: Guerra, Inflação e uma Politica Energética em Frangalhos”. 

Hans-Werner Sinn, ex-presidente do IFO, é o mais renomado, mais direto(coisa quase impossível para um alemão) e mais didático economista alemão vivo. Nesta palestra (2 horas) ele desenha um cenário catastrófico para a Alemanha, que contaminara a União Europeia. Pontos principais:

-Guerra: Guerra na Ucrânia, mesmo quando acabar, trouxe consequências duradouras para Alemanha e a EU (União Europeia): aumento custo energia, aumento orçamento de defesa, revolução geopolítica na Europa (convivência com Rússia).                                                                                                                                                                Estes efeitos, combinados aos da política energética utópica, acaba com modelo de negócios exportador

-Inflação: Combinação de inflação de demanda (gigantesca injeção de liquidez do Banco Central Europeu), que começou bem antes da pandemia, para aumentar a inflação para 2% ao ano. Com a pandemia veio um verdadeiro tsunami financeiro, que garante a continuidade de uma inflação acima de 10% por um bom tempo

-Política Energética: Fim do gás e petróleo barato da Rússia + fechamento das usinas nucleares alemãs + volatilidade da energia eólica e solar + utopia energética do Partido Verde, são o ultimo prego no caixão da economia alemã.

– 2023 CHEER TO THE NEW YEAR OF DISTRUPTION – “2023 Bem-vindo para um novo ano de disrupção” – Peter Zeihan – Cientista Social americano

Além das ameaças acima e abaixo, destaca a iminência da falência da China (esgotamento do modelo econômico e, por consequência, politico), e das grandes ameaças para alguns setores industriais na Europa (ex. Airbus) e Brasil (Agricultura dependente da fertilizantes da Rússia e Ucrânia)

-MEGATHREATHS – “Mega Ameaças” – Noriel Roubini – Economista turco-iraniano, que foi um dos poucos que previu a crise de 2008

Grandes ameaças afetarão nosso futuro, nossos empregos, renda, riqueza e a economia mundial, mas também a paz relativa que tivemos nos últimos 75 anos. Isto pode ser o fim do período dourado que começou com o fim da Segunda Guerra Mundial

Isoladamente esta ameaças são seria, Combinadas podem ser catastróficas, podendos tornar-se a “mãe de todas as crises” com:

Falências públicas e privadas; bomba demográfica; fim do dinheiro barato que acabara com o boom de crescimento; grande estagflação; colapso das moedas de alguns países emergentes, provocando instabilidades radicais; Fim, ou pelo menos forte recuo, da globalização; ameaças da Inteligência Artificial; planeta parcialmente inabitável.

SAFRA TRENDS 2023 – Entrevista com Luis Stuhlberger, maior administrador de fundos de investimentos do Brasil. O seu “Fundo Verde”, rendeu 8 vezes o CDI, em 23 anos.

Bolsonaro usou populismo fiscal para tentar reeleição. Combinado com Orçamento Secreto, começou o desmanche do Teto de Gastos, que garantia responsabilidade fiscal.

Cenário mundial apresenta mais oportunidades do que risco, mas volúpia distributiva pode colocar tudo a perder. Nos próximos três a seis meses, recomenda prudência total para preservar o caixa. Apesar disto, está moderadamente otimista.          

João Vianna

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