Depressão pós-parto: entenda riscos e perigos por trás da doença
O psicólogo Rafael Frasson explica que a depressão pós-parto pode trazer traumas e inseguranças, com isso, essa mãe não consegue se adaptar ao seu novo eu
A depressão pós-parto é um grave problema que atinge uma a cada quatro mães de recém-nascidos no país, ou seja, 25% das mulheres, segundo a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Você conhece a doença ou sabe de alguém que sofre de depressão pós-parto?
O caso mais recente foi o do bebê Nicolas, de 2 anos, que desapareceu no dia 30 de abril, em São José, na Grande Florianópolis, e foi encontrado duas semanas depois, no dia 8 de maio, em São Paulo.
Entre as várias informações desencontradas, o tio do bebê , Juliano Gaspar, contou à imprensa que sua irmã sofria de depressão pós-parto desde que teve o bebê, e por esse motivo estaria mais vulnerável e entregou a criança.
O que é depressão pós-parto?
O psicólogo Rafael Frasson explica que é uma doença de caráter depressivo que se desenvolve logo após o parto. No entanto, seu surgimento pode ser identificado em até quatro semanas do pós-parto.
A depressão pós-parto pode trazer à tona traumas e inseguranças e, de acordo com o psicólogo, a mãe não consegue se adaptar ao seu novo eu. Ele explica que o problema não possui uma causa específica, pois pode ser gerada por vários fatores, entre eles: físicos, emocionais, qualidade de vida, ou mesmo vindos de outros problemas psicológicos.
Frasson diz que a depressão pós-parto faz com que as mulheres gerem sentimentos de fragilidade, dúvidas, medo e ansiedade, por isso, a mãe de Nicolas, que estava passando por um momento difícil, estava vulnerável a ter esse tipo de decisão [de doar a criança].
É durante a gravidez que a mulher vivencia grandes modificações, tanto físicas quanto psíquicas, e também em seu papel na família e na sociedade. Há alterações em sua autoimagem corporal, conflitos relativos à sexualidade e até mesmo à gravidez.
Homens também podem ter esse tipo de depressão
Segundo o Ministério da Saúde, existem casos de homens com depressão pós-parto, sua maior causa seria por conta da preocupação com a sua própria capacidade de educar um recém-nascido.
As maiores causas do problemas são acompanhadas da ansiedade de prover uma boa vida para a criança, o aumento das responsabilidades e o suporte que se deve dar à parceira.
Tratamentos para depressão pós-parto
O problema pode ser tratado, e o psicólogo afirma que é muito importante que os familiares e amigos estejam ao redor dessa mulher e percebam que ela precisa de ajuda.
A percepção de que algo pode estar errado se dá pelas atitudes e comportamentos que essa mulher está manifestando. Frasson diz que é preciso comparar as diferenças dos comportamentos habituais que ela tinha antes do parto.
Caso a depressão pós-parto não seja tratada de forma correta, pode afetar a mulher anos após o parto, porém não como uma depressão pós-parto, mas como uma outra tipificação, podendo virar um outro tipo de transtorno.
O psicólogo ainda aponta que a depressão pode ser um transtorno recorrente, porém deve ser levado a sério e não ignorado, uma vez que interfere no dia-a-dia das mães.
“É muito comum que os amigos e familiares se preocupem muito com o bebê que acabou de chegar. Porém, e não menos importante, é necessário que tenhamos a devida atenção também à mãe, pois não é só a saúde física que conta, mas também a saúde mental”, finaliza.
FONTE: nd+