Envolvidos nos atos de 8 de janeiro serão candidatos em SC nas Eleições 2024; veja nomes

Envolvidos nos atos de 8 de janeiro serão candidatos em SC nas Eleições 2024; veja nomes

Fabiano Silva (à esq.), Dirlei Paiz (centro) e Ademar Guinzelli (à dir.) são candidatos em SC e tiveram envolvimento com atos de 8 de janeiro (Fotos: Redes sociais, Reprodução)

Estado tem ao menos três pessoas detidas nos ataques aos prédios de Brasília que disputam cargos nas eleições deste ano

As eleições municipais de 2024 terão entre os candidatos nomes que estiveram envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes em Brasília. Ao menos três pessoas que foram investigadas pelos ataques na Capital federal estão entre os concorrentes a prefeito e vereador neste ano em Santa Catarina, e pelo menos outras 15 pessoas investigadas concorrem em outros Estados.

O candidato a prefeito de Itajaí, Fabiano Silva (DC), é um dos nomes investigados pelos atos de 8 de janeiro que serão concorrentes a cargos públicos nas Eleições 2024. Ele era suplente de vereador na época dos ataques em Brasília e foi um dos 14 políticos suplentes presos após os ataques em Brasília. Ele havia concorrido ao cargo pelo PSL nas eleições de 2020. Fabiano teria publicado nas redes sociais uma foto com as palavras “Rumo a Brasília” dois dias antes dos atos de 8 de janeiro.

Fabiano é investigado pelos atos no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Em maio deste ano, teve a denúncia pelos supostos crimes de incitação ao crime e associação criminosa aceita pela Corte. Nas redes sociais do partido, Fabiano publicou um depoimento falando sobre o período que ficou preso após os ataques aos prédios públicos em Brasília. O candidato disse não ter feito nada de errado na ocasião (leia mais sobre o que diz o candidato ao final da reportagem).

Dois presos de SC concorrem a vagas de vereador

Outros dois candidatos de Santa Catarina envolvidos nos atos de janeiro concorrem a cargos de vereador. O pastor Dirlei Paiz (PL) concorre a uma vaga na Câmara municipal de Blumenau. Ele já havia disputado o cargo em 2020. Dirlei foi preso em agosto de 2023 em uma das operações da Polícia Federal que miraram os suspeitos de financiar os atos golpistas de 8 de janeiro.

Dirlei Paiz foi investigado por suspeita de incitar manifestantes a irem a Brasília no dia dos ataques e de pagar despesas do acampamento montado em frente ao quartel do Exército de Blumenau nas semanas após a eleição de 2022.

O STF iniciou na última sexta-feira (16) um julgamento virtual que analisa se Dirlei deve ou não virar réu por duas acusações ligadas ao 8 de janeiro, de incitação ao crime e associação criminosa. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, já votou pelo recebimento da denúncia e foi acompanhado do ministro Flávio Dino. Os ministros Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin, que compõem a 1ª Turma do STF, ainda devem votar até a sexta-feira (23).

Um terceiro envolvido nos atos de 8 de janeiro que é candidato nas Eleições 2024 em Santa Catarina é Ademar Guinzelli (Republicanos). Ele concorre a uma vaga de vereador em Xanxerê, no Oeste do Estado. Segundo a Justiça Eleitoral, é a primeira vez que ele disputa uma eleição. A conta dele na rede social Facebook está restrita para amigos. Guinzelli virou réu no inquérito que apura o 8 de janeiro em maio de 2023, pelas acusações de incitação ao crime e organização criminosa.

Candidatos em outros estados

Envolvidos nos atos de 8 de janeiro também concorrem a cargos de prefeito e vereador em outros estados brasileiros. Levantamento do portal Metrópoles apontou ao menos mais 15 pessoas que foram acusadas de crimes ligados aos ataques em Brasília no ano passado e que registraram candidatura a cargos públicos nas eleições deste ano.

Entre eles estão o médico Dr. Ézio Guilherme (PP), de 61 anos, e o policial Sargento Gilmar (Republicanos), que concorrem a vagas de vereador em Coronel Fabriciano (MG). A vigilante Renata Maria, de 50 anos, concorre a uma vaga de vereadora em Serra (ES) e inclusive cita o fato de ter sido presa no 8 de janeiro como pontos de destaque da candidatura.

Contrapontos

O advogado de Dirlei Paiz, Jairo Santos, informou à reportagem que do ponto de vista legal nada impede o pastor de ser candidato, eleito e mesmo tomar posse, uma vez que ele preenche os requisitos ao possuir as certidões cíveis e criminais. Sobre as acusações, o defensor disse que das nove acusações contra o candidato, a defesa já conseguiu afastar sete, de modo que Dirlei responde atualmente a apenas duas acusações. “Creio piamente na absolvição dele, tendo em vista que uma das acusações remete a grupo armado presente em Brasília, e ele não participou nem de forma indireta daquele evento do dia 8”, afirmou, em nota.

O candidato a prefeito de Itajaí, Fabiano Silva (DC), afirmou à reportagem que não participou dos atos de 8 de janeiro nos prédios dos Três Poderes e que permaneceu no acampamento montado em frente ao QG do Exército, em Brasília.

— Em audiência de custódia eu pude esclarecer que em momento algum, e eu deixei bem claro para o juiz federal, eu sairia do meu Estado para quebrar patrimônio público, que é dinheiro meu, é dinheiro nosso. Quem fez tem que pagar no que manda a lei. Eu não defendo quem fez coisa errada. Mas a individualização do processo legal está mostrando a cada dia que teve gente que não participou daqueles atos. No meu caso, sou inocente destes fatos — frisou.

A direção do Republicanos de Xanxerê foi procurada pela reportagem, mas informou que o candidato Ademar Guinzelli não quer se manifestar sobre o caso. A reportagem não conseguiu localizar o advogado do candidato.

Fonte NSC Total

João Vianna

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