Epagri e CASAN trabalham para pagamento de serviços ambientais na Bacia do Rio Piçarras
Na região dos municípios de Piçarras e Barra Velha, no litoral norte de Santa Catarina, está uma bacia hidrográfica essencial para o abastecimento: a Bacia Hidrográfica do Rio Piçarras.
É a partir de seu principal curso de água que a CASAN faz a captação de água para atender a milhares de moradores e turistas de Balneário de Piçarras.
Desde o final de 2021, em uma parceria entre CASAN e Epagri, são realizados estudos para a implantação de um projeto de preservação. Batizado com o nome de Cultivando Água, o trabalho está em fase de diagnóstico e estabelecimento de áreas a serem beneficiadas, ações, custos e critérios para seleção e remuneração de produtores rurais locais.
O objetivo é colocar em prática o pagamento de serviços ambientais, permitindo que a CASAN remunere proprietários rurais pela conservação e recuperação de áreas naturais no entorno de nascentes e rios, além da reserva de água em açudes e quadras de arroz.
Pesquisa de campo
A etapa atual é desenvolvida por equipes da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina. A EPAGRI trabalha na caracterização hidrográfica, climática, de solos, da vegetação e do uso e ocupação do solo. Também mapeou os proprietários na bacia, as principais atividades agrícolas desenvolvidas e as áreas que necessitam de recuperação.
Segundo o Cadastro Ambiental Rural (CAR), os dois municípios compreendidos pela Bacia do Rio Piçarras (Piçarras e Barra Velha) possuem 296 propriedades rurais cadastradas, com um total de 5.009,78 hectares, o que representa 84,37% da área em estudo. Banana, maracujá, palmito, arroz, feijão, mandioca e milho são os principais produtos agrícolas da região.
“Toda a parte de campo foi executada, e o estudo agora está focado no desenvolvimento da metodologia de pagamento e na estimativa de custos. A meta prevê a finalização do estudo em março de 2023, sendo possível a partir daí a implantação das ações do Pagamento de Serviços Ambientais.”, explica Guilherme Miranda, hidrólogo e pesquisador da Epagri/Ciram.
Retorno para o abastecimento
“A melhora da oferta de água bruta na Bacia Hidrográfica e, por consequência, na captação da CASAN, e também a melhora da qualidade da água são alguns dos benefícios que podemos ter com a recuperação de matas ciliares”, explica Raphael Ewaldo de Souza, Chefe de Recursos Hídricos da CASAN.
Atualmente, a CASAN atende em Piçarras 24 mil moradores – número que chega a 150 mil na temporada.
A bacia hidrográfica do Rio Piçarras abriga 77 nascentes, distribuídas em 57,38 km². Desse total, 7,95 km² estão em área de preservação permanente, o que representa 13,86% da bacia, distribuídos entre nascentes e cursos de água.