Liberado na Europa, pó feito de larvas pode substituir as carnes nos supermercados?

Liberado na Europa, pó feito de larvas pode substituir as carnes nos supermercados?

Já utilizado em ração para animais, o pó feito de larvas surge como uma alternativa sustentável na alimentação, com um elevado nível de proteínas

Em janeiro, a União Europeia autorizou o uso de pó feito de larvas de insetos, especialmente de Tenebrio molitor, para a alimentação humana. Com elevado teor de proteínas, pesquisadores acreditam que as larvas podem ser uma promissora substituta das carnes.

Pó feito de larvas para a alimentação humana

De acordo com o EPMIP (Grupo de Pesquisa Experimentação e Pesquisa em Manejo Integrado de Pragas) da Universidade Federal do do Piauí, “o T. molitor tem potencial de se alimentar de resíduos orgânicos de baixo valor comercial e convertê-los em biomassa rica em proteínas (aproximadamente 50%), ácidos graxos essenciais, vitaminas e minerais”.

Os pesquisadores do grupo explicam que, devido ao alto nível de vitaminas e minerais, o pó feito de larvas é considerado uma boa fonte de proteína tanto para a alimentação humana quanto para a animal.

Apesar de ser conhecido como verme-da-farinha, o potencial alimento é, na verdade, a larva do besouro do gênero Tenebrio, geralmente de coloração preta ou pardo-escura.

As larvas possuem alto teor proteico

Um estudo publicado por pesquisadores da Universidade de Lisboa mostrou que as larvas da Tenebrio molitor, possuem um elevado teor proteico (18%) e lipídico (10%). Segundo os especialistas seus aminoácidos essenciais e ácidos graxos são comparáveis a outras fontes de proteína animal.

A pesquisa também mostrou que as larvas apresentaram baixo teor de contaminantes químicos e que, apesar da elevada carga microbiana, não foram detectadas bactérias patogênicas.

As larvas do Tenebrio molitor podem causar alergias?

Larvas em potes para comer O pó feito de larvas pode ser incorporado a farinhas e temperos, mas pessoas alérgicas a mariscos também podem apresentar reações alérgicas a ele – Foto: Freepik/ND

Os pesquisadores observaram que algumas pessoas, após a exposição ao alimento, podem apresentar reações adversas, como urticária e anafilaxia. Porém, ainda há poucos estudos que relatem reações alérgicas ao consumo de insetos.

Eles também afirmam que existe a possibilidade de pessoas alérgicas a mariscos apresentarem reações alérgicas ao consumo de insetos devido à similaridade de algumas sequências de tropomiosina. Mas, em geral, a ingestão de insetos não representa um risco significativo para a maioria da população.

*Importante: este conteúdo não substitui avaliações profissionais com médicos ou outros especialistas nas áreas de saúde e bem-estar.

Fonte: ND+

João Vianna

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