MPSC participa de investigação que apura envolvimento de aluna de Direito com organização criminosa

MPSC participa de investigação que apura envolvimento de aluna de Direito com organização criminosa

Quando estagiária de Direito no Fórum do Norte da Ilha, ela teria acessado autos sigilosos e “vazado” informações sobre uma grande operação, o que prejudicou o cumprimento de dezenas de ordens judiciais. O pedido do MPSC para a quebra de sigilo telemático permitiu a identificação da origem do vazamento.

Uma aluna universitária de 23 anos do curso de Direito foi presa temporariamente nesta segunda-feira (19/8) por envolvimento com uma organização criminosa atuante na Capital. A operação para a prisão foi realizada pela Polícia Civil, por meio da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO/DEIC), e foi acompanhada pela 39ª Promotoria de Justiça da Comarca da Capital.  

A investigação deu cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça em desfavor da estudante – uma ex-estagiária no Fórum do Norte da Ilha -, após manifestação favorável do Ministério Público. A jovem está sendo investigada por seu envolvimento com a organização criminosa. 

O caso começou a ser investigado pela Polícia Civil e acompanhado pelo Ministério Público após a deflagração da segunda fase da Operação Tio Patinhas, que visava cumprir 69 mandados de busca e apreensão e três ordens de sequestro de bens na Comarca de Palhoça. Na ocasião, chegaram ao conhecimento da DRACO/DEIC inúmeros relatos de que a operação havia “vazado” e de que diversos investigados haviam sido avisados previamente sobre a data da operação policial, o que prejudicou o cumprimento das ordens judiciais. 

Diante de tais informações, um inquérito policial foi instaurado para apurar a prática dos crimes de associação ao tráfico, participação em organização criminosa e violação de sigilo funcional. Após parecer favorável da 39ª Promotoria de Justiça da Capital e decisão favorável do Juízo da Vara de Garantias da Região Metropolitana de Florianópolis, obteve-se a autorização judicial para a quebra de sigilo de dados. Isso permitiu identificar que a ex-estagiária havia acessado indevidamente os autos daquela investigação sigilosa inúmeras vezes, grande parte delas na madrugada e de sua própria residência durante o final de semana que antecedeu a Operação Tio Patinhas 2.  

Diante disso, foram acionados o Núcleo de Inteligência do Tribunal de Justiça (NIS/TJSC) e Promotores de Justiça, que prestaram total apoio à investigação. Então, nesta manhã (20/8), 13 Policiais Civis da DRACO/DEIC e do NIS/TJSC deram cumprimento a um mandado de busca e apreensão e a um mandado de prisão temporária expedido em desfavor da ex-estagiária. A audiência de custódia foi realizada nesta tarde e a ex-estagiária, que participou do ato acompanhada de advogados, segue presa. 

As investigações continuam para apurar o envolvimento de advogados e de outros indivíduos nesse complexo esquema criminoso, associado ao tráfico de drogas e à organização criminosa e voltado, ainda, à violação do sigilo de investigações sensíveis.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC

João Vianna

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