Servidor Condenado por Desvio de Dinheiro Público em Santa Terezinha Tenta Pedir Demissão Após Afastamento Judicial

O servidor público municipal Neuri Miguel Kiichler, condenado por desvio de dinheiro da Prefeitura de Santa Terezinha, anunciou que pediu demissão do cargo na última segunda-feira, 28. A saída ocorre após sua condenação em segunda instância, confirmada pelo Tribunal de Justiça, que manteve a sentença da Vara Única da Comarca de Rio do Campo.
No processo, Neuri foi condenado a 3 anos e 4 meses de reclusão em regime inicial aberto, além do pagamento de 17 dias-multa. A pena de prisão foi substituída por duas penas restritivas de direitos: prestação pecuniária no valor de dez salários mínimos a uma entidade beneficente e prestação de serviços comunitários. Como o crime envolveu violação de dever com a administração pública, a justiça também determinou a perda do cargo público.
A condenação teve origem em fatos ocorridos entre 2010 e 2012, durante o mandato do então prefeito Genir. Na época, o controlador interno Orlei identificou suspeitas de irregularidades no pagamento de salários. Após auditoria realizada pela empresa Beta, foi constatado que Neuri manipulava arquivos enviados ao Banco do Brasil para aumentar ilegalmente seus próprios vencimentos. O valor desviado chegou a R$ 28.469,97.
Orlei relatou à justiça que, ao descobrir a fraude no sistema “Beta Folha”, comunicou imediatamente o prefeito e contratou uma auditoria externa, a qual confirmou as irregularidades. O servidor chegou a assinar uma confissão de dívida, mas não há confirmação oficial de que o montante tenha sido devolvido corrigido monetariamente.
A tentativa de Neuri de reverter a condenação por meio de recurso ao Tribunal de Justiça não prosperou: O Desembargador Relator RICARDO ROESLER do Tribunal confirmou a decisão da primeira instância, consolidando a condenação pelos 17 atos de peculato (crime de desvio de dinheiro público).
Apesar de notícias circularem sugerindo que o servidor teria pedido demissão espontaneamente, a realidade é que sua saída do cargo foi consequência direta da decisão judicial. O afastamento e posterior demissão atendem à determinação expressa da justiça estadual, como forma de impedir a continuidade do exercício da função pública por parte do condenado.
Reflexão Popular
A situação gerou debates nas redes sociais. Muitos moradores questionaram o fato de, em outros contextos políticos, atos de desvio de dinheiro público serem tratados com indignação intensa. “Se fosse Lula ou Bolsonaro pegando dinheiro da prefeitura, o povo tava chamando de ladrão”, comentou um munícipe. Os documentos e informações relativas ao caso são públicos e podem ser consultados por qualquer cidadão interessado.
Cada um que tire suas próprias conclusões.